Por alguns anos seguidos, no início da década de 80, me empolguei com o Triátlon que ainda engatinhava aqui no Brasil. O medalhista olímpico de natação Djan Madruga, era organizador de eventos e responsável pelo Triátlon Goldem Cup. Pelo que lembro aconteceram umas 4 edições deste evento. Além de organizador, Djan era também competidor e ganhou todos os eventos. Obviamente ele era imbatível na natação e muito bom no ciclismo. Na última perna, a corrida, ele já tinha aberto um tempo enorme e bastava administrar a vitória.
Participei de 3 eventos, de 83,84 e 1985. Treinava o mínimo suficiente para completar as provas. Na época, ainda estudava engenharia, estagiava, surfava, ou seja, treinava realmente o mínimo. Lembro que treinava muito na Grota Funda, parte da prova oficial. Descia a serra voando baixo, com o transito aberto e asfalto esburacado. Hoje em dia, se vejo um filho meu fazendo isto, seria infarto na certa. Mas sobrevivi aos treinamentos e às três provas que participei. Terminei todas. Os 1500 m de natação eram na praia da Barra de Guaratiba. O ciclismo, 45 km, saia da Barra de Guaratiba, Gruta Funda, Prainha, Grumari, voltava Grumari e Prainha e pedalava até o Quebra mar. Lá, iniciava a corrida a pé. Subia o elevado do Joá, São Conrado, Leblon, Ipanema e finalizava os 16 km no posto 6 em Copacabana.
Quando os triátlons começaram a se multiplicar pelo Brasil, fui correr um em Brasília. Bem equipado, um amigo havia me emprestado um bike de alumínio, super leve. A minha era uma Caloi 10, 3 vezes o peso desta. Cheguei em Brasília no sábado para correr no domingo. Fui ao local da prova para entregar a bike para a organização. Neste momento, resolvi dar uma voltinha para me certificar se estava tudo bem. Sai pedalando forte, em pé e nesta hora a corrente partiu. Pedalei no vazio e sai capotando no asfalto até bater na ambulância do evento. O trabalho dos bombeiros foi abrir a porta do veículo, me botar na maca e me levar ao hospital de base de Brasília. Levei 8 pontos no braço e muita ralação na lateral e pernas. Resultado: voltei de Brasília sem competir, todo ralado e decidido a encerar minha breve carreira de triatleta.
As fotos abaixo mostram um dos triátlons, não sei ao certo de que ano. Foi minha melhor performance parcial. Na natação, Djan Madruga saiu em 17 minutos e eu sai em 21 minutos. A diferença é que ele pegou a bike e disparou enquanto eu sai da água me arrastando e quem disparou foi o meu coração. Tive que esperar um tempo para me recuperar e começar a pedalar. Neste intervalo, vários me ultrapassaram, obviamente.
Exausto saindo da água.
Subindo a Grota Funda. Reparem no Chevete atras. Devia ser do ano.
Chagada triunfante em Copacabana.
Pelo menos para mim.