Esta postagem é uma homenagem aos Bombeiros Salva-Vidas que fazem a segurança da Prainha e de todas as outras praias do Rio de Janeiro. São anjos da guarda que salvam milhares de pessoas todos os anos. A reivindicação por melhores condições salariais e operacional é justa e merecida.
Tivemos na Prainha um exemplo a uns 2 anos atras. Estávamos surfando no canto esquerdo e lá pelas 6:30h da manhã, avistamos um grupo de pessoas que estavam em cima do morro, no asfalto, pulando e gritando de forma desordenada. Como acontece muito, achamos que eram pessoas finalizando as viradas de noite. Realmente eram, porem estavam tentando nos dizer que haviam pescadores que haviam caído da Pedra do Roncador. Me dei conta quando uma destas pessoas desceu o penhasco e apareceu perto de onde estávamos, sinalizando de forma muito nervosa. Na mesma hora me toquei que tinha gente caída dentro da água. Já havia passado por situação semelhante. Eu de pranchinha, Laranjeira de pranchão e uma terceiro surfista também de pranchão remamos forte contornando o penhasco até avistarmos duas pessoas, pai e filho agarrados, enrolados em fio de pesca. O pai já desacordado e o filho fazendo de tudo para mante-los acima do nível de água. Ao chegarmos, cortamos toda a fiação de nylon no dente, separando os dois. Coloquei o filho, de uns 17 anos, em cima de um dos pranchões e pedi ao colega que se afastasse bastante para alto mar e esperasse ajuda. O garoto estava em choque e não poderia ficar ao nosso lado vendo o pai naquela situação. Eu e o Laranjeira colocamos o Pai em cima do pranchão. Minha prancha, colocamos em cruz sob a cabeça do pranchão para melhorar a flutuabilidade do conjunto. Sentei sobre o cara e iniciei uma '"massagem cardíaca", associada a todo tipo de reanimação possível. Laranjeira dando total estabilidade às pranchas. Após uma meia hora, parou a kombi que distribui os bombeiros pelas praias e descem correndo penhasco abaixo pelo menos uns seis deles. Em minutos haviam dois deles iniciando os trabalhos de ressuscitamento. Nada do cara voltar. Mais alguns minutos e o cenário era de filme de ação. Uma lancha e o helicóptero do bombeiros estavam ao nosso lado, fazendo muito barulho e espirrando muita água. Colocamos o cara dentro da lancha que partiu para a Prainha onde o helicóptero já havia pousado. Na chegada a praia a lancha ainda virou perto da areia. Finalmente o cara foi levado para o centro de tratamento mas a notícia que recebi ao chegar remando a praia, era de que a pessoa não havia sobrevivido, apenas o filho. Foi muito triste constatar o que já suspeitava. Passei uns dois dias pensando muito na pessoa e no filho. Na terça de manhã bem cedo, já estava no escritório quando me liga o Luiz Alberto la da Prainha. Estava conversando sobre o ocorrido e os Bombeiros contaram que a equipe no Centro de Afogados da Barra conseguiu reviver o sujeito. O que para os Bombeiros é rotina, para mim foi uma emoção muito grande, pois havia participado de uma cadeia de esforços que culminou no salvamento desta pessoa. Esta é a Rotina diária desta tropa. Salvar vidas custe o que custar.
A foto abaixo, vamos dedica-la aos salva-vidas. A vontade de subir na torre de observação dos Salva-Vidas para posar para foto,foi no fundo uma homenagem a eles.
Senhores Bombeiros, sintan-se homenageados por todos nós. Neste dia, ainda estávamos esperando o dia clarear para poder entrar na água.
Eduardo, grande relato. Nós que vemos de perto o trabalho dos bombeiros não podemos deixar de reconhecer sua coragem e espirito público.
ResponderExcluirEssa foto foi a que eu "bati". Você tem a outra em que eu apareço pra me mandar?
Grande abraço e boas ondas!
Sandro
sandrodennis@yahoo.com.br
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